tag:blogger.com,1999:blog-45384303929474088292024-03-21T09:43:10.776+00:00INQUIETUDERita Andradehttp://www.blogger.com/profile/08566286815539500838noreply@blogger.comBlogger193125tag:blogger.com,1999:blog-4538430392947408829.post-29245110215669095132014-08-09T05:57:00.001+01:002014-08-09T06:01:14.801+01:00humanóides<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
Não há nada que seja mais complexo de definir que o amor. Nada! É daquelas semânticas, que irrita, ser tão estritamente pessoal, e tão, satiricamente uma noção universal . Saramago, dizia num dos rascunhos deles que o amor não é suficiente. Que o amor não resolve nada. Grosso modo, que o amor, aquela realidade que toda a gente quer que os outros sintam para connosco, não basta. Isto porquê? Porque o amor não é uma realidade. São muitas. A da paixão, a da amizade, a do respeito mútuo, e, e,... toda a panóplia de sentimentos humanóides que nos fazem ser felizes! Mas gosto de me resumir a estes três! Creio que são basilares, e que por mais interligados que possam parecer, têm todos uma essência dissociada! À mais de dois mil anos que nos foi entrosada a ideia amai-vos uns aos outros. E o ideal continua a não ter eficácia. E se fosse... respeitai-vos mutuamente e sejam amigos uns dos outros? Sim, porque embora o amor, seja a conjugação de todas elas e portanto uma realidade suprema, é como quase tudo o que é supremo - inalcansável Ainda por cima, por humanos, seres cheios de falhas, com uma mescla potentíssima de inseguranças, más formações de personalidades e síndromes de inferioridade sob mecanismos de defesa egotistas. Contudo, o respeito mútuo e a amizade (até por mais falsa que seja, desde que eficaz) são generalizadamente sentimentos possíveis no nosso dia-a-dia. Fruto do bom senso, da ética, de condutas sociais. Mas isto é cultural, nasce de uma ideia de reciprocidade, cujo cumprimento, permite uma paz social, e portanto, pessoal. A paixão não! É inerente a nós! Aquela chama que é uma escolha nossa, paixão pelas pessoas, pelas atitudes de respeito ou de amizade não por paz social em primeira instância, mas por dever. Pelo que deve ser. Pelo sentimento de que quando somos nós o "outro", a pessoa que nos "ama", o faz de forma natural, genuína no mais íntimo de si. E que gosta de o fazer. Que tem paixão! É isto! E por isso é que o amor é estas três! E não só paixão, porque esta sozinha não edifica nada!</div>
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Assim talvez o amor bastasse e fosse eficaz! Mas a possibilidade é enviesada por nós mesmos. Porque não somos perfeitos, e a nossa capacidade para amar, também não o é. Por isso é que não a alcançamos, mas a luta, é por si só tornar o amor possível. </div>
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<br /></div>
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«Ainda que não seja possível, não te afastes de mim, tem-me sempre estendida a tua mão, mesmo quando não puderes ver-me, se não o fizeres, esquecer-me-ei da vida, ou ela me esquecerá»</div>
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Rita Andradehttp://www.blogger.com/profile/08566286815539500838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4538430392947408829.post-60532963299389971472014-07-06T04:27:00.002+01:002014-07-06T04:28:52.261+01:00obrigado<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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Toda a gente nos diz qual é o caminho certo. É fácil concebê-lo nesta sociedade. Mesmo assim, raramente, cada um de nós o segue. O fim, eventualmente, até será o mesmo. Mas o caminho, para cada um de nós, nunca se apresenta como fácil. Para ninguém. Cada um com os seus obstáculos, cada um com os seus graus. Mas todos eles sentidos.Todos eles com erros. Todos eles com quedas e lágrimas. Todos eles, com arrependimentos e ingenuidades. Mas no fundo, tudo isso, é o melhor de nós. Porque nos constrói, porque fortalece o nosso ser, ensina-nos a firmar o pé, a ser humildes e a tornarmo-nos melhor. O que seríamos de nós sem as dificuldades, para nos tornarmos melhores? Descobriríamos a nossa verdadeira força? A nossa verdeira inteligência? A verdadeira vitalidade do nosso ser? Por isso é que eu afirmo, tenho o melhor de tudo, a melhor família, o melhor namorado, os melhores amigos, a quantidade certa de dificuldades e de azares. Porque a minha vida, é a minha vida, com tudo o que ela incorpora! E eu sou eu, com todas as imperfeições e cansaço! E todos os dias descubro um pouco mais de mim, e sou também capaz de dar um pouco mais de mim! Afinal a única coisa que importa são exactamente as pessoas que vamos conhecendo pelo caminho e os atalhos cheios de trabalhos que elas nos dão a conhecer.</div>
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Tudo isto para dizer que espero, e mesmo, que todas as pessoas que me ensinaram todos os mais longos e bonitos atalhos e que me fizeram chegar aqui, se sintam pelo menos uma vez na vida, tão felizes como eu.</div>
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<br /></div>
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O mais sincero obrigado, </div>
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para sempre,</div>
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amigos.</div>
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Rita Andradehttp://www.blogger.com/profile/08566286815539500838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4538430392947408829.post-32402427288891137062013-11-05T04:11:00.002+00:002013-11-05T04:25:46.233+00:00Eternidade<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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Passamos demasiado tempo a desejar mais tempo. Desejamo-lo, e é de todas as coisas, aquilo que mais desperdiçamos. Talvez porque nos segundos, nos dias, encerramos demasiadas memórias, caras e lugares, palavras, cansaços e ânsias... E nunca nada nos parece ficar completo. Nunca nada nos parece realmente construído, ao ponto de nos fazer sentir satisfeitos. Nunca nada nos parece totalmente vivido e aproveitado. E tudo devido à irritante capacidade que temos de nos preocuparmos demais, de racionalizarmos tudo ao ponto, de lhe retirar o mistério. Na vida nada está decidido, nada nem ninguém está terminado. A perfeição inerente à nossa existência é esta! A possibilidade de nos (re)criarmos, de contemplarmos o passado e de sabermos que há sempre algo melhor que podemos fazer, e de saber que cada um de nós se pode sempre tornar melhor. Portanto, o cérebro que possuímos armazena milhares de memórias, que consistem em fracções de tempo indispensáveis à nossa própria felicidade. De pouco serve preocuparmo-nos com o que ainda não fizemos. O único futuro que importa é o que temos no limiar dos nossos dedos... o hoje!</div>
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<br /></div>
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E no hoje, devemos não nos esquecer que todo o efémero tempo passado, já encerra em si uma eternidade.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkHKpVF7w_3WrDbukPQXqQjpW2c6PnYdM19qvtauqQmqTpy93WdoesTdJWVNfy2QaN2TkrzMe7AHkGBL0FLZCvfVgmdV9BYomXxhMxpG7DirXPId8WPSdNV7hVLQEsBAmXK3RHuVTWb4Q/s1600/1390528_692577884086114_992223729_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkHKpVF7w_3WrDbukPQXqQjpW2c6PnYdM19qvtauqQmqTpy93WdoesTdJWVNfy2QaN2TkrzMe7AHkGBL0FLZCvfVgmdV9BYomXxhMxpG7DirXPId8WPSdNV7hVLQEsBAmXK3RHuVTWb4Q/s640/1390528_692577884086114_992223729_n.jpg" width="640" /></a>“Somos a memória que temos e a responsabilidade que assumimos. Sem memória não existimos, sem responsabilidade, talvez não mereçamos existir” José Saramago</div>
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Rita Andradehttp://www.blogger.com/profile/08566286815539500838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4538430392947408829.post-53056007885549404582013-10-02T05:23:00.004+01:002013-10-02T05:23:52.948+01:00Fénix<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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Não sei se por toda a gente perpassa esta sensação. A sensação de estar farta desta menoridade humana. Da mesquinhez e pequenez que tão rapidamente subjuga grandes sonhos guiados por grandes princípios. No início, a ingenuidade de quem se sente um feto, o amor genuíno pelos sonhos, a alegria de nos dedicarmos ao que amamos e no qual, por dom ou trabalho, somos bons. Verdadeiramente bons. O que é a vida? Senão a arte de fazermos coisas. Coisas que amamos. O problema reside no momento ténue que existe entre o amar o que fazemos, e o outro domínio, completamente oposto, o amar o sentimento de poder. O amar o ego. O ego, no surgimento de falhas, não se alimenta da vontade inicial sonhadora para colmatar as falhas e aperfeiçoar-se, pelo contrário, não as aceita, e para isso corrompe-se, contorce-se, liberta-se de todos e quaisquer princípios, para se manter na segurança daquilo que já obteve até então.</div>
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É o que acontece com muitos políticos, e com muitas daquelas pessoas que designamos más, mas é o que acontece, também, com cada um de nós, diariamente. É tão perigoso, quando nos tomamos a nós mesmos por humildes, bons, cheios de grandes ideais, é tão perigoso, porque nos estagna, turva-nos a visão, não nos permite ver, quando falhamos, quando vamos contra tudo aquilo que defendemos.</div>
<div style="text-align: justify;">
E é tão bonito, quando falhamos, e nos renovamos, quando somos verdadeiramente irradiados pelo amor de concretizar sonhos, de viver com alma, de fazer coisas, de alegrarmo-nos com o que fazemos, o sentimento de pertença, de utilidade, de crescer, de aprender... quando nos aperfeiçoamos! </div>
</div>
Rita Andradehttp://www.blogger.com/profile/08566286815539500838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4538430392947408829.post-12940297855503620792013-07-15T03:43:00.001+01:002013-07-15T04:03:46.807+01:00Talvez, Salvação Nacional<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
Só espero que agora não ajam como crianças em busca do poder, como pequenos déspotas de infinita ignorância e de desmesurada vaidade, que por acaso, têm entre mãos o governo de um país. O país trabalha, comete sacrifícios, vê-se perante um estado caótico e de sofrimento atroz, e só deseja, sinceramente, que as coisas se resolvam. Só deseja recuperar a sua vida condigna, trabalhar, ser capaz de alimentar a casa, pagar menos impostos, poupar para umas férias que até podem não ser no Algarve, mas que existam, e suar para uma reforma na decrepitude da vida. Não podemos ser estatísticas em jogos políticos, não podemos continuar a ser alvos de birras políticas, não somos pinocos de estratégia e de tácticas partidárias de mera oposição contrária. Ao fim ao cabo, foi este o manifesto que o Presidente da República fez. Com lacunas ou não, com falhas ou não de discurso, com pouca ou muita cautela, podendo dar um bom ou um mau resultado, enfim... o que queiram. Mas pediu, e pediu um silêncio que todos nós já desejámos e desejamos. Pediu o silêncio - ou melhor definindo - o fim do ruído das agressões diplomatas sucessivas, que não resolvem nada, e que apenas inflamam instabilidade. A matriz política desta democracia parece ser por definição um constante dizer mal dos outros, e um subsequente, elevar-se a si mesmo. E não digo, que as oposições não são necessárias, porque são! Mas não no vazio, não para agradar plateias partidárias, mas sim, para sendo colocadas, de forma reflectida e estruturada, responderem em função das necessidades de um povo. Porque sim, a competência dos políticos e dos partidos é servir o país! E não a sua própria corja! E neste momento já não há boas soluções, há - e suspiramos, aqui - males menores!</div>
<span style="font-family: Calibri, sans-serif;"><span style="font-size: 15px; line-height: 17px;"></span></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Calibri, sans-serif;"><span style="font-size: 15px; line-height: 17px;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-I7jImVJ8TPQ/UeNg0zDHukI/AAAAAAAAA3Q/yhQeMr5ahYk/s1600/1070115_630274520317527_1330405028_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://4.bp.blogspot.com/-I7jImVJ8TPQ/UeNg0zDHukI/AAAAAAAAA3Q/yhQeMr5ahYk/s400/1070115_630274520317527_1330405028_n.jpg" width="356" /></a></span></span></div>
<span style="font-family: Calibri, sans-serif;"><span style="font-size: 15px; line-height: 17px;">
</span></span></div>
Rita Andradehttp://www.blogger.com/profile/08566286815539500838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4538430392947408829.post-15459812182782799482013-06-29T23:48:00.001+01:002013-06-29T23:50:10.672+01:00O relógio está a contar...<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
Arranja tempo, porque se há algo que algum dia pedirás será isso. Arranja-o, e encara-o com desejos despidos de hesitações e disfarces. Coloca-os nús e desprovidos de medo na tua vida. Não penses somente, escreve-los, grita-os, edifica-os... faz das tuas mãos a obra, o desejo, e corre, atrás daquilo que mais ambicionas na vida, aquilo que anseias, desde que te lembras, desde que te lembras de sonhar e de tornares num ser singular. E se fizeres muita questão que tal aconteça, acredita, isso acontece. As tuas mãos irão assimilá-lo e não tratarão dessas tuas ideias como algo supérfluo, como um capricho, mas sim como uma real necessidade do teu ser, que respira nas entranhas, que pulsa na pele. Trata a vida por tu e ela retribuir-te-á o mesmo amor.</div>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12.800000190734863px; line-height: 18px;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-_pS4_4Y7JxM/Uc9kKAbfIcI/AAAAAAAAA3A/1dNgt5X3S6M/s480/tumblr_mijk8kCS6l1rmswpbo1_500.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="404" src="http://2.bp.blogspot.com/-_pS4_4Y7JxM/Uc9kKAbfIcI/AAAAAAAAA3A/1dNgt5X3S6M/s640/tumblr_mijk8kCS6l1rmswpbo1_500.gif" width="640" /></a></div>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12.800000190734863px; line-height: 18px;"><br /></span></div>
Rita Andradehttp://www.blogger.com/profile/08566286815539500838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4538430392947408829.post-55178229580100932462013-06-28T04:04:00.004+01:002013-06-28T04:04:47.205+01:00Sugestão<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
A humildade de assumir que não temos uma conjectura que nos valha, mas que também não há vacas sagradas.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-mLIcvpG49d0/Ucz9D1Ko0sI/AAAAAAAAA2w/t7mJxGH0Hk0/s1600/705372_502990049723394_1193797815_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="http://4.bp.blogspot.com/-mLIcvpG49d0/Ucz9D1Ko0sI/AAAAAAAAA2w/t7mJxGH0Hk0/s640/705372_502990049723394_1193797815_o.jpg" width="451" /></a></div>
<br /></div>
Rita Andradehttp://www.blogger.com/profile/08566286815539500838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4538430392947408829.post-87358917191541141862013-01-27T01:25:00.001+00:002013-01-27T01:41:54.451+00:00Questões relativas ao tempo<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
Existe uma espécie de sentença na vida, algo inevitável, e que não deixa margens para dúvidas: a vida resume-se a sucessivas despedidas, sem o consentimento do adeus. Quando se experimenta viver, experimenta-se uma encadeamento não premonitório de abandonos. Abandonamos a nossa infância, os nossos pais, a nossa segurança e conforto, e somos incapazes de delimitar o momento em que isso ocorre. Talvez, tenha sido no dia, em que entrei para a Universidade, ou no dia em que ganhei o meu ordenado, talvez tenha sido. Mas parece-me que não, acredito que tudo tem um historial que se arrasta no tempo. Nada é imóvel! Tudo é dinâmico! Nada pára para te conceder despedidas, nada pára ao ponto de perceberes que algo já "acabou" e que um novo ciclo "começou"! A ida para a universidade, o primeiro salário, são meras referências, não são a consumação de nada, aliás, os dias, as horas, são pequenos nadas. Tudo se afigura como algo extensivo e contínuo, mas que se precipita ao longo da vida em pequenos acontecimentos, que dado o seu espectáculo, sublinham e revelam com maior evidência as "coisas da vida".</div>
<div style="text-align: justify;">
Isto, para vos dizer, que de facto, tudo se dá em pequenos saltos, numa espécie de fragmentos de vida, que não se esperam, que simplesmente, acontecem, segundo o que fazemos dia-a-dia. O grande remédio universal para tudo, é o trabalho, é a realização. E devemos sempre trabalhar em ordem a sabermos que fomos fiel ao que queríamos. Em ordem a não nos arrependermos de ter deixado algo por dizer ou algo por fazer. Acima de tudo, devemos saber que somos dotados de espírito, de energia, de agilidade de pensamento, para trabalhar... não em direcção à morte, mas à vida!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-grOlOlHeQzA/UQSBh2keZ7I/AAAAAAAAA1c/ltAerZwkEs0/s1600/tumblr_mc3bnlX0ZQ1qdhyt6o1_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="http://2.bp.blogspot.com/-grOlOlHeQzA/UQSBh2keZ7I/AAAAAAAAA1c/ltAerZwkEs0/s640/tumblr_mc3bnlX0ZQ1qdhyt6o1_1280.jpg" width="425" /></a></div>
<br /></div>
Rita Andradehttp://www.blogger.com/profile/08566286815539500838noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4538430392947408829.post-48503374383436030912012-12-31T10:03:00.001+00:002012-12-31T18:00:01.196+00:00Preliminares de 2013<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/BbMtKXULFV4?rel=0" width="420"></iframe>
</div>
<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Que não se pode fazer tudo de uma assentada? Sim, talvez não se possa, mas por favor, que se faça alguma coisa!<br />
<br />
Verifico todos os dias da minha vida, mais um grupo de pessoas, que se sente vergada pelo seu governo, e que projectam o seu futuro longe de horizontes portugueses. Cada um com a sua história, mas todos com o mesmo traço comum: a falta de trabalho - e reparem, que não uso o termo emprego, porque esse já é impensável - e a falta de perspectivas de realização pessoal e colectiva.<br />
<br />
A emigração é a mais autêntica lição deste "desgoverno" de que padecemos. É resultado, do bloqueio de um caminho, que todos os dias retira dignidade aos portugueses; é expressão do colapso da economia ; da destruição dos direitos laborais elementares; da degradação de uma democracia e de um espírito pátrio olvido.<br />
<br />
O mais assombroso desta realidade, é que se entende, que o empobrecimento do país, não é um mero mal efémero para fazer face a uma crise. A todos os níveis e todos os dias, vai-se instalando em Portugal, um modelo de vida civilizacional! E o que experenciamos agora, são meros preliminares de uma tendência profunda de um modelo social baseado no assalto do espólio dos portugueses, daquilo que eles têm, mas acima de tudo, daquilo que são!<br />
<br />
Não tenhamos dúvidas, para 2013, devemos (MESMO) desejar não adoecer acima das nossas possibilidades; não estar condenados a nenhuma condição social; e desejar ter garantias de que possamos crescer e envelhecer condignamente.<br />
<br />
Contudo, também acredito que por isto, e para além disto, necessitamos de uma forma distinta de entender o mundo. Tomar o respeito pelo outro como parte da nossa própria consciência! Que seja esta a nossa insurreição à actual conjuntura! Talvez assim se pudesse mudar algo! Portanto, em 2013, desejo que amem. Mais do que nunca: amem! Amem as pessoas! Amem a vida!</div>
</div>
</div>
Rita Andradehttp://www.blogger.com/profile/08566286815539500838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4538430392947408829.post-59025709061319643872012-11-12T00:26:00.000+00:002012-11-12T00:26:21.635+00:00"Amor como em casa"<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div>
Regresso devagar ao teu <br />sorriso como quem volta a casa. Faço de conta que <br />não é nada comigo. Distraído percorro <br />o caminho familiar da saudade, <br />pequeninas coisas me prendem, <br />uma tarde num café, um livro. Devagar <br />te amo e às vezes depressa, <br />meu amor, e às vezes faço coisas que não devo, <br />regresso devagar a tua casa, <br />compro um livro, entro no <br />amor como em casa. <br /><br />Do Pina, "Ainda não é o Fim nem o Princípio do Mundo. Calma é Apenas um Pouco Tarde"</div>
</div>
Rita Andradehttp://www.blogger.com/profile/08566286815539500838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4538430392947408829.post-21498339212052905892012-11-12T00:22:00.000+00:002012-11-12T00:36:32.907+00:00"Essa é a grandeza do ser humano!"<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-pFrA8eJ5Plc/UKBAqzg45nI/AAAAAAAAAyw/BzmjbKoLarc/s1600/35521_506950482649932_1961410502_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="283" src="http://3.bp.blogspot.com/-pFrA8eJ5Plc/UKBAqzg45nI/AAAAAAAAAyw/BzmjbKoLarc/s640/35521_506950482649932_1961410502_n.jpg" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: xx-small;">Guernica, Picasso</span></div>
As consciências sopram onde querem. E há consciências que graças a Deus, não se confinam a capelinhas, beatices e politiquices em geral. Pessoas que sabem que a sua obra fala por si. Pessoas com bom senso. E é o bom senso que deve imperar. Em tempos de ultra-inter-supra necessidade de obras, de concretizações, de factos, o dizer-por-que-quero-dizer tem menos valor que o silêncio. Na vida, não podemos viver de intencionalidades inócuas. Não nos iludemos com as palavras. Já sabemos que as contaminamos com os tiques do nosso egoísmo. Agora, as obras... criam coisas, efectivam mudanças, contrariam o status quo, negam e transformam. Aquilo que é vigente tende sempre a enraizar-se, a padecer de uma espécie de autoridade. Mas reparem, na vida, quando nos referimos ao que está, nada existe absolutamente, a menos que o desejemos assim. A fatalidade da imobilidade será a nossa própria fatalidade - absorvidos pelo que não queremos e pelo que não consideramos certo, viveremos num tremendo inferno. Providenciem-se de coragem, de bom-senso, de respeito por vocês mesmos, por aquilo que são! E ajam! Roam-se de escrúpulos por cada vez em que não agiram! Por cada vez em que não agiram de forma rigorosa e apaixonadamente! Honestamente, muitas vezes, o "medo que temiam" pode cumprir-se. E sem dúvida, muitas vezes o que realizaram será aquém. O esforço e a exaustão inexorável irá <i>parecer-vos</i>, também maioritariamente, em vão. E daí? Se tens essa inquietação, se ela permanece em ti, é porque flui de uma força decorrente de evidência daquilo que deve ser tornado real. Nunca se esqueçam: estão vivos! E que essa certeza seja a força para continuar, num labor que é humano, e por isso, imperfeito! O interesse real da vida está em pensar no mais justo e em agir em conformidade, independentemente das prospectivas ínfimas de relevância e notoriedade que terá. É fazê-lo porque é o que tem que ser feito! Porque como dizia o António Manuel Pina: "Essa é a grandeza do ser humano!". A grande dignidade da vida, reside na plena consciência que fizemos por nos cumprirmos. Essa paz não é dada. Conquista-se!</div>
</div>
Rita Andradehttp://www.blogger.com/profile/08566286815539500838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4538430392947408829.post-20278076137566727192012-10-22T01:50:00.002+01:002012-11-12T00:23:00.426+00:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
A poesia vai acabar - Manuel António Pina (1943-2012)<br />
<br />
<span style="font-size: large;">A poesia vai acabar, os poetas <br />vão ser colocados em lugares mais úteis. <br />Por exemplo, observadores de pássaros <br />(enquanto os pássaros não <br />acabarem). Esta certeza tive-a hoje ao <br />entrar numa repartição pública. <br />Um senhor míope atendia devagar <br />ao balcão; eu perguntei: «Que fez algum </span><span style="font-size: large;">poeta por este senhor?» E a pergunta </span><span style="font-size: large;"><br />afligiu-me tanto por dentro e por <br />fora da cabeça que tive que voltar a ler <br />toda a poesia desde o princípio do mundo. <br />Uma pergunta numa cabeça. <br />— Como uma coroa de espinhos: <br />estão todos a ver onde o autor quer chegar? — </span><br />
<br />
Do Livro - "Ainda não é o Fim nem o Princípio do Mundo. Calma é Apenas um Pouco Tarde" (1974)</div>
Rita Andradehttp://www.blogger.com/profile/08566286815539500838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4538430392947408829.post-29274819243537279502012-10-22T01:11:00.001+01:002012-10-22T01:20:53.726+01:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
Vivemos num mundo de pouca luz, com pouca lucidez, com um tremendo enfraquecimento da noção de futuro e com uma lógica que parece banir a esperança para o domínio da piada. Reparemos no contexto em que Portugal se encontra. Perante tempos difíceis surge-nos o ministro das finanças a exaltar o esplêndido povo português, culmina ainda, a sua distinção dizendo que: somos o melhor povo do mundo. Ora se somos o melhor povo do mundo, somo-lo do ponto de vista económico e no domínio humano. Faz, portanto todo o sentido, um sistema de motivação de emigração, para que o que é nacional (que é bom, aliás o melhor!), seja transaccionável. Não admira que desta forma, Portugal não tenha qualquer futuro. Portugal são os portugueses! Como se pode ser incoerente a este ponto? Como se pode usar esta demagogia ultrajante com os portugueses? Quando constato a realidade em que vivemos, é perceptível o elevado expoente de homens consumidos pelo egocentrismo e pela política de despreocupação. Agora, quando vejo os que "nos governam", alegarem poesias patrióticas e, simultaneamente, apelarem à "nossa" exportação, o que sinto é um tremendo medo do futuro. Um tremendo medo do que o nosso país se pode tornar. É triste enquanto homens, sentirmos que não podemos crescer no nosso lar. Sentir que todo o nosso desenvolvimento humano e social terá que ser noutra pátria. E não posso imaginar maior tristeza, que a privação de nos fazermos homens portugueses em Portugal. Porque não passa só por deixar o país, acarreta um todo retrocesso civilizacional e familiar. Longe da família. Longe de podermos partilhar a nossa vida com os nossos. Que retrato será o de Portugal? O de um país entregue a um governo que num horizonte longínquo sabe que somos o melhor povo do mundo, mas que permite que a identidade deste se dilua? Escrevo com inteira franqueza e desprazer com o actual governo, para mostrar que estou indignada, e que não quero ser o melhor povo, quero ser o melhor país, porque ele existirá! O carácter medíocre do actual governo é repudiante, e a cada dia que passa, cada vez mais se desresponsabilizam da sua tarefa de salvar a Nação. Não atentam às dificuldades do seu povo. Não surgem como um quadro de referência na aplicação da justiça. Não reconhecem os direitos e a dignidade intrínseca de cada português. Gostava seriamente de ver, um governo com escrúpulos, capaz de demonstrar trabalho e obras, capaz de se desgastar sem poupar energias, tempo e meios para recompor o País. Capaz de dizer não a tudo o que possa conduzir a uma família a não ter pão. Capaz de dizer não a tudo o que possa conduzir Portugal, a um país sem futuro. </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div>
</div>
Rita Andradehttp://www.blogger.com/profile/08566286815539500838noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4538430392947408829.post-34416140409827877382012-09-25T22:26:00.004+01:002012-09-26T00:17:55.991+01:00Oremos<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">"Os idiotas, de modo geral, não fazem um mal por aí além, mas, se detêm poder e chegam a ser felizes em demasia podem tornar-se perigosos. É que um idiota, ainda por cima feliz, ainda por cima com o poder, é, quase sempre, um perigo. </span></div>
<span style="font-size: large; text-align: justify;">Oremos. </span><span style="font-size: large;"></span><br />
<span style="font-size: large;">
</span>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Oremos para que o idiota só muito raramente se sinta feliz. Também, coitado, há-de ter, volta e meia, que sentir-se qualquer coisa."</span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><br />
Alexandre O'Neill, in "Uma Coisa em Forma de Assim"</div>
Rita Andradehttp://www.blogger.com/profile/08566286815539500838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4538430392947408829.post-23217735077063773892012-09-12T00:47:00.001+01:002012-09-12T00:49:31.247+01:00Semis, infras e subs homens<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
A linha ténue que separa os velhos dos novos, os ultrapassados dos que persistem, é a mesma linha ténue que separa os animais do homem: a liberdade. Há quem decida livremente reduzir-se como escravos ao seu baixo ventre, às suas zonas venéreas e a outras animalidades, que decidem construir a felicidade com base em apetites fáceis e fugazes, não compreendendo que castram assim a sua verdadeira felicidade, os seus verdadeiros sonhos, não compreendendo que o desafio de serem humanos, é serem muito mais que homens, é elevarem-se, é deixarem revelar no seu coração o melhor do seu ser, ou seja, o verdadeiro ser. Porque o melhor dos homens reside no coração de cada um. E ainda há outros que decidem livremente compadecer-se às incertezas, às dores de pensar e de viver e à resignação dos males do mundo... Tudo por uma vivência constantemente movida pelo medo... E além disso e por causa disso, somos livres, ao ponto de sermos nada. Ao ponto de perdermos tempo e de nos deixarmos morrer, em vez de viver. Não podemos suportar este tipo de existência... Porque acredito que o maior arrependimento (quando ele chegar) dos que envelhecem e dos que se deixam ser ultrapassados é o de terem lutado todo o seu tempo contra a humanidade, e de agora olharem para si a lutar pelo que resta dela.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Só se vive para a frente, realizando, revestindo o nosso coração da mais bela matéria prima: o amor. Sem grandes intelectualizações e sem sequer pequenos medos. Os sonhos e o futuro soarão sempre como palavras misteriosas, serão sempre enigmas incompreensíveis, mas é neles que se vive, e é neles, que dentro e fora de nós, todos os dias acontece algo de surpreendente, se nos propusermos a realizar. </div>
<div style="text-align: justify;">
Andando para diante. O homem deve prostrar-se e erguer-se até morrer. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-j7MOTDGmWzs/UE_NbYJ291I/AAAAAAAAAxg/i5brw_5qJi8/s1600/Sem+T%C3%ADtulodfg.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="364" src="http://2.bp.blogspot.com/-j7MOTDGmWzs/UE_NbYJ291I/AAAAAAAAAxg/i5brw_5qJi8/s640/Sem+T%C3%ADtulodfg.png" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Rita Andradehttp://www.blogger.com/profile/08566286815539500838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4538430392947408829.post-80653777357188053802012-09-04T00:26:00.000+01:002012-09-04T00:34:22.610+01:00Que democracia?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
Faço-vos, aqui uma declaração: não gosto desta democracia - daquilo em que os políticos a deixaram transformar; tomada de assalto por gente sem escrúpulos e com falta de formação humana e civilizacional e por tipos com ambições desmedidas e sem qualquer preocupação pelo outro. Posso ignorar muitos decretos, muitos elementos constitucionais. Mas não ignoro a "tomada de poder" que se está a demarcar. Não vivemos uma democracia que honra a sua República, o seu país e a sua gente. Há muitos "democratas" que o são pela sua defesa e que aderiram à política pela lógica de poderem servir-se a si. Estamos todos envolvidos neste ilusionismo. Uma democracia que foi tomada por gente de transacções comissionadas, por gente ameaçadora, manhosa e perigosa.</div>
<div style="text-align: justify;">
E pior, é que vejo trincheiras, fileiras, multidões à pinha fascinadas com isso: com o poder. Prontos a trocar uma coluna vertebral por um lamborghini na garagem. E sobretudo: a trocarem o que são por uma sensação ridícula e humana de nos sentirmos superiores aos outros. Na actual sociedade democrática é convencional a despreocupação, a má-educação, o egotismo, a ganância. E é difícil ir contra aquilo, em que determinada altura, é moda. E mais do que isso, uma espécie de lei da sobrevivência. </div>
<div style="text-align: justify;">
É uma árdua luta, a de ir contra a desregulação da ética, a desregulação que elevou a desvalorização da vida, da família, do esforço honesto e da esperança que envolve. Mas quando penso nisto, gosto também de pensar que em lugares recônditos, fétidos, doentios, depressivos, há quem faça obras assinaláveis pelos outros, sem nada em troca. Há quem conjugue à procura da verdade, o amor interpretado correctamente. Eis algo que é raro.</div>
<div style="text-align: center;">
<img height="304" src="http://www.art-prints-on-demand.com/kunst/antonio_ciseri/ecce_homo.jpg" width="400" />
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;">"Ecce Homo", de Antonio Ciseri. Pilatos mostra Jesus ao povo de Jerusalém</span></div>
</div>
Rita Andradehttp://www.blogger.com/profile/08566286815539500838noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4538430392947408829.post-49741052199726290552012-09-03T02:50:00.001+01:002012-09-04T00:31:20.206+01:00O todo como um só<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Acontece que se instalou na nossa sociedade uma cultura de desresponsabilização, em que a figura de um homem íntegro, justo, leal e bondoso deixa de ser ambicionada pelos homens. Tudo, porque consideramos que num mundo em que a maioria é mobilizada pelo mal, pela incompetência e pela inconsciência não vale a pena a minoria, desgastar-se com actos que demonstrem uma versão melhorada de si. Resultado disto: a precariedade existente, e não falo, somente, dos políticos ou de jornalistas, falo de cada um de nós, e dos laços que estabelecemos. O que se vive, é uma terrível precariedade relacional. E parece que é assim que esperamos que o mundo bata no fundo, entre o júbilo de magnatas prepotentes e o alerta de uma ou outra figura solitária e isolada. Incrivelmente, quase todos concordamos que a solução reside no facto de esta figura solitária se transformar no mundo inteiro. No entanto, tememos que enquanto não houver uma comunhão, uma capacidade de relacionamento e de estabelecimento de laços, a minoria seja somente um motivo de risada, após tantos sacrifícios. Tememo-lo, e não compreendemos que a possibilidade de extinguir esse medo, é nossa. E é evidente a facilidade com que nos consumimos pelo egocentrismo e por esta política de desresponsabilização pelos nossos actos e pelos outros. Mas acredito piamente, que uma pessoa com actos nobres pode em seu redor despertar uma explosão de nobreza que conduzam outros a fazer o mesmo. Acredito, que uma pessoa alegre e que faz por contribuir para a felicidade dos outros, mobiliza uma explosão de amor em todos com quem contacta, dando coragem e motivação a quem não a tem. Acredito, que cada um de nós, pessoas vulgares, podemos dentro das nossas parcas possibilidades acender uma pequena luz na escuridão. Acredito, que é assim que uma pessoa só, se torna de todos. E que o todo, se torna uma pessoa só. Sem medos, sem hesitações, porque nos apoiamos uns nos outros. A realidade em que vivemos não é apaziguadora. Não é fácil. Mas não é fugindo dela que somos mais felizes. Aliás, ignorá-la é condenarmo-nos a um mundo injusto, porque não fizemos justiça à nossa condição humana; é tornarmos a merda actual inevitável, e é, acima de tudo, sentenciarmos a existência de cada um de nós a uma mera sobrevivência triste e insignificante, porque nos esquecemos que o essencial da vida é o amor. São as vidas. E não as coisas.</div>
</div>
Rita Andradehttp://www.blogger.com/profile/08566286815539500838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4538430392947408829.post-56988019998421956202012-08-25T16:58:00.003+01:002012-08-25T16:58:57.805+01:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
"2012 vai marcar um ponto de viragem"<span style="font-size: x-small;"> Vítor Gaspar</span></div>
<div style="text-align: justify;">
"2013 será o ano da inversão da actividade económica e da recuperação" <span style="font-size: x-small;">Passos Coelho</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não sei de facto o que é pior: se a política contraditória que tem vindo a ser exercida internamente; se a cultura de mentir a um país perante o descontentamento do povo a que serve, alargando metas.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
No quadro do crescimento da zona euro, Portugal é no segundo trimestre do ano, o país com uma maior aceleração no decréscimo do valor do PIB, isto significa, para quem possa estar distraído, que demasiada austeridade mata o doente, sobretudo, quando é aplicada em períodos de grandes convulsões económicas. Significa estatisticamente que "Somos o segundo país da UE com maior contracção económica, com uma queda de 1.2% face ao trimestre anterior (o que representa uma aceleração brutal no segundo trimestre, que apenas tinha caído 0.1% face ao último de 2011) e uma contracção homóloga do PIB de 3.3%, a pior desde 2009." Significa, sim que tudo corre a contento, que 2012 vai, de facto, marcar um ponto de viragem. Um ponto de viragem que sobre o jugo de contracções económicas tão acentuadas, resultará em falências de milhares de empresas, em despedimentos generalizados, em famílias sem rendimentos e em desespero de quem não sabe o que o futuro trará. Que pior sentimento que este? O nosso país, a nossa pátria, o nosso lar, o berço da nossa segurança e conforto, extrapolado por um Governo constituído por biltres, corruptos e filhos da puta. As famílias, os rostos, as pessoas, transformam-se em dados da dívida pública, em números de recessão, em défice financeiro, em percentagens, que eram esperadas. Então se o eram, também seria previsível a miséria avassaladora e a precariedade dos direitos. Não há maior hipocrisia do que a fingir surpresa face a valores de desemprego tão elevados e considerar a descida do PIB normal, "Tudo dentro do que estava previsto". Uma crise económica como esta é provocada pelas políticas austeras. Não são meros indicadores, são centenas de milhares de portugueses!</div>
<div style="text-align: justify;">
Faltam 100 e qualquer coisa dias, para o ano acabar, e o motor de economia está gripado, tudo continua em quebra acentuada, e a nova meta do Passos Coelho: "2013 será o ano da inversão da actividade económica e da recuperação" é quase tão surpreendente como os números do desemprego. Isto é uma pilhéria, uma pilhéria!!! Ou para os mais sisudos: A pobreza liberta, não sabiam?!</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-Imj_opmhTYo/UDj2JF4lPoI/AAAAAAAAAtg/LibaiCsdRjI/s1600/Sem+T%C3%ADtulo543.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="http://1.bp.blogspot.com/-Imj_opmhTYo/UDj2JF4lPoI/AAAAAAAAAtg/LibaiCsdRjI/s640/Sem+T%C3%ADtulo543.png" width="584" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
"Vê que aqueles que devem à pobreza amor divino e ao povo caridade,</div>
<div style="text-align: justify;">
Amam
somente mandos e riqueza, simulando justiça e integridade".</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">Camões e as suas prolepses.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
Rita Andradehttp://www.blogger.com/profile/08566286815539500838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4538430392947408829.post-56004716631126272542012-08-16T00:52:00.001+01:002012-08-16T00:52:15.008+01:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-kdwqTB2Raps/UCw1kUa4rvI/AAAAAAAAAtE/LIOjxOPMvOo/s1600/Sem+T%C3%ADtulor.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="505" src="http://2.bp.blogspot.com/-kdwqTB2Raps/UCw1kUa4rvI/AAAAAAAAAtE/LIOjxOPMvOo/s640/Sem+T%C3%ADtulor.png" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Movimentamos esforços para sermos melhores: tentamos ser mais humildes, tentamos abandonarmo-nos da nossa arrogância, ter mais actos de caridade, e de ter uma maior liberdade interior. E muitas vezes adormecemos sempre com a certeza de que todos os esforços se parecem reduzir ao nada. Nada parece ser eficaz. Tudo parece ser, simplesmente, destruído com o passar da vida: a relação íntima que nos deixa desconcertados, a amiga que precisa de desabafar, uma crítica familiar, uma humilhação, impasses, ânsias, o inseguro, o desconhecido,... E qual a nossa resposta à vida? Não somos nós participantes nela? Não é isto precisamente a resposta de Deus aos nossos esforços? Tudo o que nos acontece, é uma oportunidade de crescimento, maturação e liberdade. Não existem estratégias de automelhoramento. O maior segredo da conversão é o amor. O cairmos do alto das nossas seguranças, do nosso estatuto, da nossa respeitabilidade, da imagem que criamos de nós mesmos, das nossas defesas para amar, e... deixarmo-nos amar! O ser melhor exige um abandono total. E é entregando-nos aos outros, que acabamos por nos mudar a nós próprios. E não basta achar mal as nossas falhas, não basta com a razão reconhecer que está mal e decidir mudar. É preciso revoltarmo-nos contra nós mesmos ao ponto de chorar. Não como quem chora lágrimas de remorso e orgulho ferido. Mas como quem chora lágrimas todas elas de amor, de uma pena enorme de ter cometido determinado erro, de ter perdido algo que era sagrado na sua vida, de não ter conseguido ser bom, nem melhor.</div>
</div>
Rita Andradehttp://www.blogger.com/profile/08566286815539500838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4538430392947408829.post-61886538716953539172012-08-07T14:05:00.002+01:002012-08-07T14:05:58.354+01:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-bSarLstOQ8w/UCESrAjGYGI/AAAAAAAAAsw/oxkaiiNHLLs/s1600/Sem+T%C3%ADtulo43.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="446" src="http://4.bp.blogspot.com/-bSarLstOQ8w/UCESrAjGYGI/AAAAAAAAAsw/oxkaiiNHLLs/s640/Sem+T%C3%ADtulo43.png" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O que somos é resultado não só das perdas e dos ganhos passados, como dos sonhos e expectativas futuras. O presente resulta da tensão imente entre o que foi e o que há-de ser, entre o encontro de memórias de coisas passadas e a esperança na concretização de sonhos futuros.</div>
<div style="text-align: justify;">
Um homem não pode mudar o seu passado. Toda a nossa identidade é alicerçada sobre memórias, tal como sobre as possibilidades vindouras. </div>
<div style="text-align: justify;">
É importante, avaliarmos o nosso percurso, não como uma mera constatação de factos, mas sim compreendendo a importância que lhes é atribuída. É necessário compreender até que ponto o nosso percurso até então, corresponde aos nossos desejos, expectativas e sonhos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Os factos do passado são inalteráveis, mas toda a predisposição interna, todo o equilíbrio e harmonia perante estes pode ser trabalhada. O futuro de cada homem não está estabelecido, é algo que deve ser construído segundo o critério a que todos estamos condenados: a nosso própria liberdade.</div>
<div style="text-align: justify;">
As encruzilhadas que a vida nos traz e as tentações, não são um mal nem um bem, são o que são. São circunstâncias que a desordem da vida nos traz, e perante as quais cada um de nós tem de escolher, decidir, tomar uma decisão. Escolhendo o seu futuro perante os infinitos possíveis. E é nesta capacidade de escolha, que reside o grande ímpeto da humanidade. Esta desordem, é a ordem no seu estado de graça. As bifurcações, tornam-nos mais fortes: se nos perdemos, aprendemos, se tomamos o caminho certo, e seguimos realmente o que queremos, tornamo-nos mais fortes e decididos. Sem tentações, a humanidade padeceria de infantilidade, de gente indecisa, que nunca foi obrigada a escolher verdadeiramente e a assumir a responsabilidade das suas acções. Tudo exige uma escolha. E as escolhas sim, podem ser más ou boas. E claro que, há escolhas difíceis, mas nunca, de facto, é tarde demais, não perdemos possibilidades por acumularmos passado, nem por sonhar demais. Na verdade, envelhece quem decide que a vida não dura mais. No final deste texto, eu mesma, tu mesmo/a, já não és o mesmo, outra luz te ilumina. Espero que te ilumine ao ponto de ires concretizar um sonho, algo que queiras efectivar, qualquer coisa, sem temer e sem tremor. Tudo o que for preciso, para o tornar real. Se não der certo, aprendes. Cresces. O sentido da vida, é buscá-la, os sonhos são actos de amor, afirmações existenciais, através da liberdade que Deus nos concedeu. </div>
</div>Rita Andradehttp://www.blogger.com/profile/08566286815539500838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4538430392947408829.post-34878178251187910532012-08-07T02:58:00.002+01:002012-08-09T01:34:08.447+01:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
"Um dos exemplos do paradoxo actual na política é que os políticos nacionais têm quase todos ideias muito claras sobre o que os políticos europeus deviam fazer, nomeadamente o que deveria fazer a Chanceler alemã! Mas, aparentemente, já não têm tantas ideias sobre o que fazer internamente!"</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">Ventura Leite, in Solução para a crise, Esfera do Caos, 2012</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Bem visto, e com uma resolução simples, assim que a Chanceler alemã proclamar o que se deve fazer internamente em Portugal, os políticos nacionais já passam a saber com clareza o que fazer internamente. E Portugal? E o povo português? Repare-se que o papel do Governo - por eleição - é impedir o saque do País. Um governo que considera justificável o desemprego, os salários miseráveis, a incerteza de um serviço de saúde diligente e para todos, os cortes no ensino, a possibilidade da inexistência de uma reforma que garante uma velhice digna, é um governo que considera um retrocesso civilizacional em Portugal.</div>
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A ficção: </div>
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Mãe portuguesa desempregada? "É para seu bem." </div>
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Família que vive mal? "É para prestigiar o país no Estrangeiro." </div>
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Pai a trabalhar mais e a ganhar menos? "É para glória presente e posterior de Portugal." </div>
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A realidade: </div>
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Estudantes em situações insustentáveis e com propinas em atraso? É a garantia de que os filhos dos mais pobres estão condenados a prosseguir a condição social dos seus progenitores.</div>
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Precariedade e instabilidade social? Impossibilidade de um mínimo planeamento familiar de vida, e por conseguinte, inexistência de uma garantia de reforma que permita viver a velhice com dignidade.</div>
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Desigualdade social? Significa, que o país mais do que ter pouco dinheiro, tem-lo mal distribuído.</div>
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Sem grandes mordomias, em conclusão o dinheiro está simplesmente a converger para um quadrante, o político, gerador inesgotável de corrupção, que muda a ramagem mas que mantém o cerne imutável para continuar a suprimir apetites pessoais. Há quem fale de défice democrático, e quando o diz, não o diz como uma simples frase. A verdade, é que a crise económica, a degradação política e social iminente, é fruto de um recuo democrático. Após todas as lutas para o nascimento da democracia, deixou-se que os ideais da mesma se diluíssem em fascínio pelo recém-estrangeirado, em ilusão por uma cultura de subjugação de poder e, acima de tudo, conduziu à perda de pragmatismos patrióticos fundamentais.</div>
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Esta diluição não é culpa de um partido no governo. A culpa é dos que a criaram, dos que não a travaram e dos que a ignoraram. E posso reescrever a frase usando o presente.</div>
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A direita longe de ter o seu papel como partido conservador de preocupações sociais e éticas fundamentalistas.</div>
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O PS perdido na definição etimológica de oposição, baseia o seu comportamento numa ética comportamental de responsabilidade sem qualquer conteúdo político útil.</div>
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O PCP emergido na memória das suas glórias, não compreende, que a actualidade é actual e, portanto, um tempo absolutamente diferente. As lutas sociais não podem ser somente preservadas, mas sim têm que ser renovadas, segundo a conjuntura laboral patente. A autopreservação rapidamente conduz ao isolamento, e não só não é contagiada, como também não contagia.</div>
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O Bloco de Esquerda, apesar da apresentação de alternativas, tem que à mesma velocidade com que a crise anda, compreender que, em tempos dramáticos, o tempo para a aplicação de alternativas é muito curto. E portanto, a maior capacidade de resposta, neste momento, prende-se com o estabelecimento, à esquerda, de pontes. A renúncia ao sectarismo personifica a identidade de esquerda. E um partido que nasce para desbloquear. Não pode tornar-se um factor de bloqueio.</div>
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Tudo tem que ser renovado, reaprendido, porém nada se inicia sem um pretérito. Os políticos terão que se adaptar, começando por repensar as suas alianças políticas, que podem ter que ser bem mais amplas. Porque a emergência nacional não se cuida a prestar cuidados a si mesmo. Se o fizerem, estarão condenados à inutilidade.</div>
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</div>Rita Andradehttp://www.blogger.com/profile/08566286815539500838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4538430392947408829.post-9115561904661044222012-08-03T18:12:00.004+01:002012-08-03T20:23:02.518+01:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
A arte de amar, por Manoel Bandeira (Recife 1886- Rio de Janeiro 1968)<br />
<br />
"Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.<br />
A alma é que estraga o amor.<br />
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.<br />
Não noutra alma.<br />
Só em Deus — ou fora do mundo.<br />
As almas são incomunicáveis.<br />
<br />
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.<br />
<br />
Porque os corpos se entendem, mas as almas não."<br />
<div>
<br /></div>
</div>Rita Andradehttp://www.blogger.com/profile/08566286815539500838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4538430392947408829.post-83579163663968932052012-08-01T04:29:00.004+01:002012-08-01T04:32:54.066+01:00Januarismo<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a class="saportelink" href="http://fotos.sapo.pt/sergiolavos/fotos/?uid=FuJ1f4PWuQ1qSR4MjAOb" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" height="373" src="http://c3.quickcachr.fotos.sapo.pt/i/B6e1126ae/13408258_QB4hU.jpeg" style="border-bottom: 0px; border-left: 0px; border-right: 0px; border-top: 0px;" width="500" /></a></div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Soube, pois, que D. Januário Torgal Ferreira sobre o título oficial de Bispo das Forças Armadas, compareceu hoje no 5 para a Meia Noite. A sua inteligência - rara (por sinal) - e a sua pretensão "popularucha" de manifestar a sua "verdade" tem tomado proporções imensas e ridículas. Não me surpreende que os comentários que D. Januário tem tecido, despontem nele aclamações de conhecimento, serviço e humanidade. Visto que, como habitualmente, qualquer comentário que critique o actual governo é digno de aplausos. É fácil... A nação de agora, como a de todos os outros tempos e de todos os outros homens, rege-se pela inércia e pela acrítica. E estranhamente nós até sabemos disso, tal como sabemos que tudo continua como antes. No entanto, este cenário é-nos convenientemente camuflado por um sentimento de pseudo-movimento veiculado pelos tais "comentadores políticos". E nós adoramos isso! Trata-se de um grito interior (tomado como próprio) tão orgásmico que ficamos com o discernimento completamente tolhado. Enquanto cristã, acho inadmissível um Bispo, julgar-se possuidor da verdade, e mais, numa versão maliciosa de subjugação de poder, publicitá-la. Isto não só cria intrigas políticas, como acima de tudo, permite a manipulação de consciências. Repare-se que um bispo tem a missão de servir os outros, e esta premissa tem um único fim, o de movimento de todos os seus esforços para um bem comum. A posição de um Bispo e de qualquer outro sacerdote, não pode nunca ser usada como instrumento para exibições individuais e tentativas desesperadas - mas com elegância e originalidade - de defender as suas ideologias políticas. D. Januário tem sim a obrigação de interceder pelo povo. E a Igreja tem sim uma palavra a dizer no campo da política como "corpo" com a missão de adverter para a necessidade da defesa da Verdade, da Justiça e da Vida. Mas essa intercessão não é ajustável, não está abaixo de posições partidárias, e muito menos pode ser um móbil para intervenções tontas sem qualquer consciência das consequências que representa. O que temos é um Januário homem que não ousa defender o país dos seus males, defeitos e vícios, quer políticos quer humanos, independentemente da sua origem e contexto. Um Januário homem que não compreende a responsabilidade pública dupla (homem e homem de Deus). O que temos é um Januário homem que fala muito com a boca e que fala pouco com as mãos.</div>
</div>Rita Andradehttp://www.blogger.com/profile/08566286815539500838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4538430392947408829.post-4274241856654329492012-07-28T17:42:00.000+01:002012-07-28T17:42:07.378+01:00"Segunda ingenuidade"<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-vI4elogz39o/UBQWM3FVQJI/AAAAAAAAAqw/or6U98n3fdo/s1600/tumblr_lkyc6n5fpy1qc5fxno1_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="426" src="http://1.bp.blogspot.com/-vI4elogz39o/UBQWM3FVQJI/AAAAAAAAAqw/or6U98n3fdo/s640/tumblr_lkyc6n5fpy1qc5fxno1_1280.jpg" width="640" /></a></div>
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<span style="background-color: white;">Quantas vezes já não ouvimos a frase cliché "a vida é simples, nós é que a complicamos". Bem não é cliché nenhum, cliché é tendermos todos para este emaranhado de complicações, de intelectualizações, de artifícios e máscaras. Ser simples. É esta a nossa grande dificuldade. Possuímos todos, eu inclusive - e provavelmente com um maior expoente que a maioria - uma enorme incapacidade de nos revelarmos "nús". Muitas vezes por termos consciência das nossas lacunas e de possuirmos um tremendo medo de nos apresentarmos fracos e humanos. Ora, este medo é o mesmo medo que impede os outros de nos conhecerem tal como somos ou pior que nos conduz a um ser que toma proporções caóticas. Ser simples não é somente a negação de ser complicado. Ser simples é ser humilde, verdadeiro e sensível. Humilde, para nos aceitarmos como somos, sem pretendermos ter sempre razão e sem erguermos barreiras ao que somos. Verdadeiro na única verdade que interessa: o amor. E sensível, como condição para estarmos atentos ao outro, para ouvirmos, mais do que falamos. Para que assim, estejamos para os outros e pelos outros, sem fugirmos do essencial. Com a idade, vamos perdendo esta capacidade, a capacidade de mostrarmos uma ingenuidade própria de criança. Julgamos que para sermos fortes temos que construir um enorme muro, para nos tornarmos inabaláveis, imperturbáveis e inalcansáveis. Tudo isto torna-se tão perverso e enganador. E não julgamos nunca que este muro nos impede de amar e ser amados. Aparentemente crescidos e fortes, e essencialmente pequenos e fracos. Só se aprende a viver se nos deixarmos entregar, se confiarmos o que somos aos outros. Porque só assim podemos crescer. Sabendo que existe a possibilidade de fazermos mais e melhor. E acima de tudo, de sermos quem somos. Trata-se de aprender a revelarmo-nos. O primeiro passo é não nos sentirmos seguros no nosso estatuto de "inquebrável", e apelarmos à criança que existe dentro de cada um de nós. Não como um retrocesso, mas sim como um estímulo a avançarmos sem complicações exageradas, e em busca do essencial.</span></div>
</div>Rita Andradehttp://www.blogger.com/profile/08566286815539500838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4538430392947408829.post-66771084256542442882012-07-24T18:41:00.001+01:002012-07-24T18:42:13.597+01:00Um hino aos que se deixam cair<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
E eu que sou o rei de toda esta incoerência,<br />
Eu próprio turbilhão, anseio por fixá-la<br />
E giro até partir... Mas tudo me resvala<br />
Em bruma e sonolência<br />
<br />
Se acaso em minhas mãos fica um pedaço de ouro<br />
Volve-se logo falso... ao longe o arremesso...<br />
Eu morro de desdém em frente de um tesouro<br />
Morro à míngua, de excesso<br />
<br />
Alteio-me na cor à força de quebranto<br />
Estendo os braços de alma - e nem um espasmo venço!...<br />
Peneiro-me na sombra - em nada me condenso...<br />
Agonias de luz eu vibro ainda entanto<br />
<br />
Não me pude vencer, mas posso-me esmagar<br />
- Vencer, às vezes, é o mesmo que tombar -<br />
E como inda sou luz, num grande retrocesso<br />
Em raivas ideiais, ascendo até ao fim:<br />
Olho do alto o gelo, ao gelo me arremesso<br />
<br />
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<br />
Tombei...<br />
E fico só esmagado em mim<br />
<div>
<br /></div>
<div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-size: x-small;">Mário de Sá-Carneiro, A Queda</span></div>
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</div>Rita Andradehttp://www.blogger.com/profile/08566286815539500838noreply@blogger.com0