Atreve-te... a pensares por ti próprio e rejeita tudo o que seja alheio!
Desprende-te... das receitas, das fórmulas, preceitos, ditames, dogmas, dos clichés, das retóricas vazias de sentido!
Destrói... a cobardia e o medo que te impedem de dar um passo em frente...ou dois
Afasta... a sonolência epidémica que te corrompe ...
Liberta-te... dos grilhões da cegueira que te impedem de veres com os olhos do pensamento!
Coíbe-te... de dares assentimento à opinião irreflectida da maioria só porque é a maioria?
Arrisca... e sai da comodidade em que sempre viveste e pior, sem te dares conta!
Assume... a coragem de te servires do teu próprio entendimento!
Encara... a tarefa inalienável de compreenderes em vez de contemplares!
Resiste... ao fácil, ao óbvio, ao dado, ao cómodo, ao vil...
Luta! Persiste!
Sente a grandeza de uma alma que se mantém firme na procura incessante da sabedoria!
Ana Rita Raposo
entre os meus dias alguns são de facto para sempre. sobre eles anoto, nitidamente, a memória das falhas, onde sabes que erras e lamentas... não lamentas o erro em si mesmo, porque sabes que o homem é falível, e crescerás, mas lamentas a decepção perante os que te rodeiam, como se tivesses algo a provar-lhes para sentires que respiras. mas não precisas, não te gastes em constantes provações aos outros daquilo que podes ser ou que és. prova a ti mesmo, se errares, não peças desculpa, não te dês por perdido ao mundo, porque da próxima, não cometerás o mesmo, não cairás no mesmo buraco, e da próxima sobreviverás. entre os meus dias alguns são de facto para sempre. sobre eles anoto cuidadosamente os desejos, a intensidade da vida. é uma questão de intensidade. só assim nos poderá voltar a florir o coração e a sensação de ascenso repete-se.
Morre lentamente
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida,
fugir dos conselhos sensatos.

Martha Medeiros


Os dias de sol, os dias de chuva. A nostalgia do vivido e antes sonhado. A dor do erro, o arrepio, o remorso e o vómito. A frustração, os desejos, a água na boca. O cheiro do verão e o calor do Inverno. As músicas que vêm com o vento, a sensação de desespero, o esquecimento, a apatia e crescer. A janela aberta, a efémera vida, a decrepitude do chão. O nevoeiro basso, as dúvidas. A vergonha, as coisas que querias explicar mas que não têm explicação. Tudo o que tenho para dizer e não disse.