Preliminares de 2013


Que  não se pode fazer tudo de uma assentada? Sim, talvez não se possa, mas por favor, que se faça alguma coisa!

Verifico todos os dias da minha vida, mais um grupo de pessoas, que se sente vergada pelo seu governo, e que projectam o seu futuro longe de horizontes portugueses. Cada um com a sua história, mas todos com o mesmo traço comum: a falta de trabalho - e reparem, que não uso o termo emprego, porque esse já é impensável - e a falta de perspectivas de realização pessoal e colectiva.

A emigração é a mais autêntica lição deste "desgoverno" de que padecemos. É resultado, do bloqueio de um caminho, que todos os dias retira dignidade aos portugueses; é expressão do colapso da economia ; da destruição dos direitos laborais elementares; da degradação de uma democracia e de um espírito pátrio olvido.

O mais assombroso desta realidade, é que se entende, que o empobrecimento do país, não é um mero mal efémero para fazer face a uma crise. A todos os níveis e todos os dias, vai-se instalando em Portugal, um modelo de vida civilizacional! E o que experenciamos agora, são meros preliminares de uma tendência profunda de um modelo social baseado no assalto do espólio dos portugueses, daquilo que eles têm, mas acima de tudo, daquilo que são!

Não tenhamos dúvidas, para 2013, devemos (MESMO) desejar não adoecer acima das nossas possibilidades;  não estar condenados a nenhuma condição social; e desejar ter garantias de que possamos crescer e envelhecer condignamente.

Contudo, também acredito que por isto, e para além disto, necessitamos de uma forma distinta de entender o mundo. Tomar o respeito pelo outro como parte da nossa própria consciência! Que seja esta a nossa insurreição à actual conjuntura! Talvez assim se pudesse mudar algo! Portanto, em 2013, desejo que amem. Mais do que nunca: amem! Amem as pessoas! Amem a vida!

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