A vida tem cantos e momentos simples, de linhas claras e curvilínias, interpeladas por vírgulas, e com um etc. mesmo a fugir do nosso campo de visão. A simplicidade é uma dádiva, um segundo, um querer estar onde tudo é normal, onde tudo é verdadeiro e pouco ilusório. O descer à terra nunca compreteu um futuro onde queremos estar, lá no alto, todos queremos isso, de uma forma ou de outra queremos ser desejados, vangluriados pelo menos por uma fracção de segundo, num soslaio em olhar, esguio, directo a nós.
As coisas simples, as coisas que fazemos todos os dias podem ter o seu encanto quando, finalmente, encontramos um sentido ou uma presença que nos faça fazê-las com mais gosto, com um toque especial. Porque um beijo na boca na rodoviária, um jantar só de amigos arquitontos e um pequeno distúrbio físico-comportamental pelo e por amor é sempre melhor do que o quotidiano solitário que todos sentimos querer perder, jogar para trás do sofá ou mandar para um mar que nunca regressa.





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