Entendo o egoísmo, porque da mesma forma que é humano amar o dinheiro, é naturalmente humano viver ao serviço dos nossos próprios interesses. E esta é a verdade absoluta e vigente. Entendo também a tristeza, o medo, e até mesmo o desejo de suicídio. Não só porque o sentimos, como também porque já nos habituámos a senti-lo, e pior, a querer efectivamente sentir os valores que inspiram este mesmo estado. Agora, não entendo a amargura, o azedume, a avidez. Nem a antipatia, nem a inveja, nem a vaidade. Se somos tão egoístas como sei que somos, expliquem-me esta necessidade de papas e de fraldas?! O meu espanto é diante destas criaturas amargas. São vidas pequeninas que eu não compreendo - a profunda solidão das pessoas.
Porquê não termos, já que somos egoístas, o nosso próprio tom, o nosso modo, uma forma que não devesse nada a ninguém, e em que as vozes alheias não entrassem na nossa?

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