e permaneci assim, imóvel, ao longo de toda a manhã


Acordei numa manhã diferente a todas as outras, já se via o sorrateiro orvalho, cheirava a terra molhada e o sol piscava os olhos como se lhe custasse ver a noite. Não ousei mexer-me, com receio de que aquilo tudo fosse um sonho, mas sei bem que não, era Setembro, e deliciei-me. Senti tanto medo que continuei imóvel. Nesta manhã igual a todas outras em que descubro que o que já sabia e maldisse a vida que por instantes me uniu a pensamentos. Porque é que um momento tão perfeito me espeta uma faca lentamente e com maldade? Era eu que estava ali parada e ferida sem me poder levantar, sem poder acabar o que quer que seja ou recomeçar. Imóvel... com este tempo melacólico-açucarado.

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