O pseudo-sucesso


Onde começa a afirmação do poder do estado, termina a liberdade do indivíduo. Em sociedades injustas, pobres de espírito crítico, iludidas por um governo que ao invés de promover a diversidade de pensamentos, responde ao pluralismo com mais centralismo, em sociedades assim, como esta, o que está em grande causa é a educação. A liberdade de educação é constantemente relativizada, confunde-se o actual facilitismo com uma directriz completamente libertina do estado perante a educação. Mas repare-se que, por parte do governo, o que existe, é uma enorme centralização de poder, em que tudo é decretado ao mais ínfimo pormenor, no pormenor da reprovação do aluno, como por exemplo. A mensagem que passa, é que com tanta burocracia, o Estado está de facto exaustivamente preocupado com o processo educativo. Mas o que, de facto acontece, é que este pressuposto, é somente, uma enorme máscara que substitui o conceito de avaliar bem, por controlar bem o processo. E portanto, controla-se o processo em demasia, mas avalia-se mal. Os estudantes não são avaliados, os educadores não são avaliados e os resultados não são avaliados. Nada do que efectivamente corresponda a exigência, ocorre. Criou-se uma espécie de controlo estatal que tem a Educação como pertença, e não como serviço. Como uma missão reguladora, com determinadas directrizes de referência genéricas, que sobretudo, controlem a Educação para o seu caminho correcto: a avaliação do que se está a passar mal. E o que se está a passar mal, é a priori, a predisposição dos pais, que se vão à escola não vão julgar os filhos por estudarem tão pouco, vão para protestarem com os professores por lhes darem notas tão baixas. A seguir, é que se trabalha para as estatísticas, sobre o pretexto de barbaridades grandiosas que enchem os ouvidos: "o que interessa é cidadãos críticos e activos". Vejamos o exemplo das Novas Oportunidades com o grande slogan "Aprender compensa", como é que pode compensar, se combatemos o insucesso, os maus resultados, com o facilitismo? O insucesso disfarça-se, com exames e projectos simples, para manter as aparências quer a nível interno quer externo. E depois apela-se à teoria de que não interessam os conteúdos, mas sim, cidadãos críticos, capazes de fazer o bem. Esta é simplesmente a desculpa para os preguiçosos démodés, isto é, para os pedagogos mariquinhas com medo dos maus resultados dos estudantes mimados. Como é que podemos ter um cidadão crítico se tem dificuldade em ler o jornal, se não tem em seu poder substâncias simples de história ou português?! Não podemos trabalhar para o ressentimento de uma geração, porque isso não acrescenta rigorosamente nada ao país. O que faz falta é uma exposição da ferida. O insucesso só se combate com exigência.

Sem comentários:

Enviar um comentário