"o coiso" do Santos Pereira

Um resumo do meu silêncio. Por todo o mundo surgem sucessivos escândalos. Temos a polémica em torno do Vaticano, em que parece que foram revelados determinados documentos, que dizem não sei o quê, sobre não sei quem, com um determinado propósito, segundo o qual se desconhece a causa. Mas é uma grande notícia. Temos também, o caso das Secretas, ao que aparenta, inverteu-se a situação, já não temos jornalistas a denunciar jogos de poder políticos, mas sim políticos com jogos de poder a denunciar escândalos jornalísticos. Entretanto, ao virar da esquina surge o tão aclamado PM, que diz que não demite ninguém por receberem mensagens. Inteligente ele. Correcto e transparente. Claro, que como para o povo português o que parece, é. E o que é, não é. Tudo se admitiu com uma enorme verossimilhança. É sempre a mesma coisa a mentira  redunda sempre à verdade. Chegou a altura de apelarmos à utopia de bolso, como dizia o Ricardo Araújo Pereira, mas sejamos modernistas, apelemos à utopia das frases Nicola, ou aliás, melhor ainda, à utopia dos bolinhos da sorte chineses. Que esses é que abrem oportunidades, esses é que nos permitem ambicionar ir além do impossível e suportar o insuportável. E como sugere o nosso Governante, cheio de lirismo, o desemprego é a arte da possibilidade. Pois, até poderia ser. Se não estivéssemos sem possibilidades, se não tivéssemos que ser tão pragmáticos para sustentar as nossas famílias. Portanto, uma boa possibilidade que  se perdeu foi a de ter estado calado. Tal como o biltre do ministro da economia. Que define o problema do desemprego como "o coiso", que tem que ser ultrapassado. Muito elucidativo, de facto. O meu pai quando não quer dizer "o caralho", também diz "o coiso", é tudo uma questão de mascarar as verdades inconvenientes. E porque nem tudo é mau, deixo aqui o meu aplauso de pé à coragem e coerência do Nuno Crato em responsabilizar os pais pelos comportamentos dos filhos. Porque não nos podemos demitir da educação dos  nossos filhos. Amen.

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