Semis, infras e subs homens

A linha ténue que separa os velhos dos novos, os ultrapassados dos que persistem, é a mesma linha ténue que separa os animais do homem: a liberdade. Há quem decida livremente reduzir-se como escravos ao seu baixo ventre, às suas zonas venéreas e a outras animalidades, que decidem construir a felicidade com base em apetites fáceis e fugazes, não compreendendo que castram assim a sua verdadeira felicidade, os seus verdadeiros sonhos, não compreendendo que o desafio de serem humanos, é serem muito mais que homens, é elevarem-se, é deixarem revelar no seu coração o melhor do seu ser, ou seja, o verdadeiro ser. Porque o melhor dos homens reside no coração de cada um. E ainda há outros que decidem livremente compadecer-se às incertezas, às dores de pensar e de viver e à resignação dos males do mundo... Tudo por uma vivência constantemente movida pelo medo... E além disso e por causa disso, somos livres, ao ponto de sermos nada. Ao ponto de perdermos tempo e de nos deixarmos morrer, em vez de viver. Não podemos suportar este tipo de existência... Porque acredito que o maior arrependimento (quando ele chegar) dos que envelhecem e dos que se deixam ser ultrapassados é o de terem lutado todo o seu tempo contra a humanidade, e de agora olharem para si a lutar pelo que resta dela.

Só se vive para a frente, realizando, revestindo o nosso coração da mais bela matéria prima: o amor. Sem grandes intelectualizações e sem sequer pequenos medos. Os sonhos e o futuro soarão sempre como palavras misteriosas, serão sempre enigmas incompreensíveis, mas é neles que se vive, e é neles, que dentro e fora de nós, todos os dias acontece algo de surpreendente, se nos propusermos a realizar. 
Andando para diante. O homem deve prostrar-se e erguer-se até morrer. 

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