Arrasto-me num corpo e num tempo redentor. Tenho qualidades, algumas ainda por descobrir, outras achadas pelo meu destino. Não sou mestra nem pratico o bem todos os dias, sou uma pecadora vulnerável pronta a guiar-se pelo erro mais facilmente do que pelo concerto. Sou uma humana, que provavelmente não viverá o tempo suficiente para poder acreditar que existe um amor para sempre. Algo de verdade, límpido.Um mau traço do destino, uma fatalidade imprudente, deixa alguns de nós à deriva de uma vida.
Corro riscos, delicio-me com o perigo e finjo. Não, eu nunca sou eu à frente de ti, à frente dos outros. Teimosa tento contrariar o certeiro em mim, vagueando lentamente, esmagando fruta caída no chão como quem esmaga sentimentos. Instigo os meus olhos a chorar no meio da rua, é o que me apetece fazer, jorrando para um rio as minhas ansiedades. Inspiro e expiro, fumego enquanto penso em mudanças. É mau e viciante? Nem quero saber.

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