doía-me a cabeça como nunca me doeu e ao mesmo tempo sentia-me ferida. a tentação de puxar as lágrimas como forma de aliviar aquela pressão que sentia no peito era mais do que muita, era simples, eu só queria chorar. estive durante aqueles segundos, de braços apoiados no parapeito, tão perdida como um corpo estranho fica quando se encontra, desapoiado, algures no universo. uma frustração e uma sensação de impotência percorria-me a espinha e a única coisa em que eu conseguia pensar - era que estava desesperadamente só, ninguém gosta de saber que está só, numa solidão quase irremediável. Eu quero estar sozinha, mas não quero estar sozinha. porque é que tudo em mim tem de ser complicado? São nestas fracções de momento que gostava de ser normal, como todos os anormais que se julgam felizes mas não o são.

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