Não sei onde é que tenho a cabeça, perdi-a, entretanto, pelo caminho. Quero existir sem erros e para isto, fingo. Disfarço-me de máscaras ilimitadas, visto que não há um número necessário e suficiente, porque todas elas correspondem a diferentes níveis oscilantes do meu ser. No entanto, não há criação que seja perfeita e consequentemente real. Tenho, somente, esta arte de conciliar mundos inconciliáveis, em viver inadptada, não só em mim mesma, mas entre esta sociedade pateta, ignorante e incapaz. Contudo, faço parte dela. As coisas aparecem-nos, evidentes e claras na teoria, mas na prática tudo se derruba, desmorona, abate-se. Queria pessoas que me fizessem acreditar nos outros e em mim mesma. Queria acreditar não só nas palavras mas também nos factos. Busco o impossível, o inconcebível e inalcansável. Fingo para ser livre. Pouco me importa se é só em mim. Porque é em nós que é tudo e é em nós que há um talvez que se torna concretizável.

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