A crise económica que Portugal vive é complexa, e não é fácil definir com exactidão o momento em que terá principiado.
O problema, creio eu, é que o nosso país sempre foi uma nação cheia de buracos mal tapados e muito menos remendados, e o pior disto tudo é que ninguém sabe como o fazer, e nisto temos todos a mesma opinião que o ministro das finanças: "- Não faço a mínima ideia".
Apesar de tudo, infelizmente, o povo português é difícil de contentar, aliás até se contenta, mas é a criticar inconscientemente, sem propôr uma sugestão plausível.
Que fazer? Bem sabemos que somos um país aos buracos, e que a cada passo, estamos constantemente na cordabamba, e das difíceis. Parecemos trapezistas de circo na iminência de cair, em que intercaladamente se ouve "-Agora sem emprego", "-Agora com impostos de cima de mim" - não deixa de ser uma grande habilidade circense.
Para além disto, o zé povinho está bem aos buracos, não há personalidade, não há uma voz que se erga, apenas há comodismo, passividade e julgamentos irresponsáveis. Ou seja, parecemos um pouco os consumidores que se fascinam pelo fenómeno da pulseira do equilíbrio, em que, segundo cremos, não tardará a produzir melhoras de qualidade de vida. Bem, com isto, talvez seja boa ideia avisar o governo para criar uma pulseira do equílibrio para os trapezistas de circo, um anel da esperança, um colar da constância, uns brincos da estabilidade e ainda uma gargantilha da harmonia. Enfim, teríamos um país muito mais próspero...ou iludido.
Que Portugal é um país pleno de corrupção já todos sabemos, agora que Portugal é como ficção científica, ainda não sabia até que ouvi Paulo Portas a efabular: "Imaginem dois submarinos que não capturam ninguém, embora haja uma dezena de arguidos à beira de serem capturados por causa deles, e que até chegarem ao seu destino, participam em aventuras incríveis, entre as quais se conta uma luta sangrenta com uma factura gigante". E assim todos vivemos num enorme e caríssimo submarino, cheio de buracos, que nos levam, consequentemente a afundar.

Esmiuça, Rita, Esmiuça.

Sem comentários:

Enviar um comentário