É a vida!

Ainda não encontrámos ninguém que fosse humano, e que conseguisse com inteligência e moralidade governar-nos. Isto porque é intrínseco ao homem, amar o dinheiro, e infelizmente amamo-lo muito mais que às pessoas. Reparemos que quando falamos de crimes acontecidos, não falamos dos próprios, porque cada qual sabe de si. No entanto, sem escrúpulos e mecânicamente, proclamamos extremas justiças e averiguações face a "culposos" actos de outros. Ou seja, encaramos o outro como um meio, e tudo se inocula num espectáculo sem (res)sentimentos e sem significados. E isto é a Terra. Mas não é a Vida! Portanto, esta cosmovisão que nos remete para uma inutilidade do nosso agir, é de um enfraquecimento delirante da nossa razão. Convém-nos permanecer nesta cegueira, de que pertencemos a um mundo imutável, como se não participássemos nele. Como se estivéssemos fora da vida, dentro dela. E tudo perde significado. Mas como eu, naturalmente ou não (é relativo), tenho consciência desta "ausência de nós em nós", e me apercebo deste afastamento da vida. Sobressalto-me! O que foi, e não digo o que é, porque bem sabemos que o passado são sucessivos presentes,  não pode estratificar-nos, como se nada houvesse a fazer. E insisto, a nossa máxima não pode ser o mínimo. Não podemos criar barreiras e limitar o nosso espaço quer transcendente quer imanente, porque este ritual afasta os homens da sua humanidade e impele-o para uma sub-humanidade eivada. Entenda-se que nós, inconscientemente, já admitimos a existência de um infra-homem, visto que, não queremos ser dominados por "iguais a nós". Pedimos sim, os supra-homens, os que são superiores a nós, e portanto, imunes aos nossos defeitos e vícios. Este pressuposto, enfim, contrariamente ao que possa parecer, não é uma perspectiva catastrófica do homem, mas sim, subjaz a ideia de que a ausência de acção impede a expressão das forças e virtudes do homem enquanto indivíduo e colectividade. 

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