Januarismo


Soube, pois, que D. Januário Torgal Ferreira sobre o título oficial de Bispo das Forças Armadas, compareceu hoje no 5 para a Meia Noite.  A sua inteligência - rara (por sinal) - e a sua pretensão "popularucha" de manifestar a sua "verdade" tem tomado proporções imensas e ridículas. Não me surpreende que os comentários que D. Januário tem tecido, despontem nele aclamações de conhecimento, serviço e humanidade. Visto que, como habitualmente, qualquer comentário que critique o actual governo é digno de aplausos. É fácil... A nação de agora, como a de todos os outros tempos e de todos os outros homens, rege-se pela inércia e pela acrítica. E estranhamente nós até sabemos disso, tal como sabemos que tudo continua como antes. No entanto, este cenário é-nos convenientemente camuflado por um sentimento de pseudo-movimento veiculado pelos tais "comentadores políticos". E nós adoramos isso! Trata-se de um grito interior (tomado como próprio) tão orgásmico que ficamos com o discernimento completamente tolhado. Enquanto cristã, acho inadmissível um Bispo, julgar-se possuidor da verdade, e mais, numa versão maliciosa de subjugação de poder, publicitá-la. Isto não só cria intrigas políticas, como acima de tudo, permite a manipulação de consciências. Repare-se que um bispo tem a missão de servir os outros, e esta premissa tem um único fim, o de movimento de todos os seus esforços para um bem comum. A posição de um Bispo e de qualquer outro sacerdote, não pode nunca ser usada como instrumento para exibições individuais e tentativas desesperadas - mas com elegância e originalidade - de defender as suas ideologias políticas. D. Januário tem sim a obrigação de interceder pelo povo. E a Igreja tem sim uma palavra a dizer no campo da política como "corpo" com a missão de adverter para a necessidade da defesa da Verdade, da Justiça e da Vida. Mas essa intercessão não é ajustável, não está abaixo de posições partidárias, e muito menos pode ser um móbil para intervenções tontas sem qualquer consciência das consequências que representa. O que temos é um Januário homem que não ousa defender o país dos seus males, defeitos e vícios, quer políticos quer humanos, independentemente da sua origem e contexto. Um Januário homem que não compreende a responsabilidade pública dupla (homem e homem de Deus). O que temos é um Januário homem que fala muito com a boca e que fala pouco com as mãos.

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